quarta-feira, 23 de abril de 2014

Não quero outra memória

Que as bocas explodam em um beijo
Quando as palavras não mais se fizerem necessárias
E o encontro de nossas bocas nos poupe de falar
O que o coração já sabe de cor.
Que as bocas explodam em um beijo
Em um beijo carinhoso
E um olhar de até logo
Que a poesia, além de inspiração
Seja memória do mais sublime acontecimento.
Que a tua respiração ofegante encontre na minha
A mais perfeita sintonia,
Que o teu olhar encontre abrigo no meu
Como eu encontro o paraíso em teu colo,
Que a nossa canção de despedida
Possa tocar inúmeras vezes em nossos reencontros,
Para que possamos eternamente
Física e espiritualmente
Devorarmos um ao outro.


segunda-feira, 21 de abril de 2014

Eu queria que pra sempre fosse hoje
Que se eternizasse a paixão
Que eu morasse em teu beijo
Que o mundo parasse de girar
Quando tu estivesses em meus braços
Que o único som que eu ouvisse
Fosse a tua voz sussurrando em meu ouvido
Que a tua mão não largasse jamais a minha
Eu queria que pra sempre fosse hoje
Pra eu nunca esquecer de ti.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Se depender de mim

Se depender de mim
Não hei jamais de beijar outros olhos
Nem tampouco desejar outra lua cheia
Que não seja a que nos ilumina,
Se depender de mim
Não hei jamais de tocar outro rosto
Nem tampouco desejar outra boca
Que não pertençam a ti,
Se depender de mim
Não hei jamais de buscar outro caminho
Que não seja o que me leva aos teus braços
Nem tampouco desejar outros sinais
Que não sejam os do teu corpo,
Se depender de mim
A cada despedida
Para sempre teu nome será amor
E o meu saudade.


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Como eu queria

Eu queria poder descrever o que sinto
Caso eu achasse as palavras corretas,
Eu queria demonstrar-te quem sou,
Caso fosse do teu interesse,
Eu queria matar a ansiedade
Bem como tu me maltratas de saudade,
Eu queria que desistisses de entender
O que eu desisti de lutar contra,
Eu queria que aceitasses o meu amor
Como eu aceitei ser teu – sem resistência,
Eu queria por um momento
Que tu esquecesses o mundo
E te permitisse ser só minha,
Ah, como eu queria! 

terça-feira, 15 de abril de 2014

Epifania [s]

Ainda que se sonhe acordado
A epifania nem sempre é real,
Pois que teoricamente
A práxis será igualmente diferente.
Nossas paixões se apresentam como ácido
Ora sulfúrico,
Ora lisérgico,
Se não nos corroem
Alucinam-nos,
Quanto ao efeito
[Ou ao dano
Ou ao defeito]
Pouco tem a se fazer
E nessa fonte
Sempre se há de beber.
Do caos do nosso hodierno
Fazemos brotar a nossa poesia,
Da complexidade dos sentimentos
Inexplicáveis manias
E do fervor de nossas paixões
Mais de mil epifanias...

domingo, 13 de abril de 2014

Das memórias de tempos idos
Resgatei o que a força dos minutos
Não permitiu que se perdesse no ar
Do teu perfume impregnado em mim
Relembrei o que o coração
Negar-se-ia a aceitar
O aroma da primavera
Pouca fragrância representa
Diante do cheiro que teu corpo deixou no meu
Os meus sentidos pouco têm a oferecer
Frente à resistência que eu não consigo exercer...
Meu mundo sem ti
É insalubre como um mar doce e poluído
Meus passos sem rumo
Procuram o teu endereço
Ainda que eu não te adivinhe,
Por onde andas eu já não consigo
- mais precisar
Por onde te escondes
Quando o que eu preciso é te encontrar!?
A tua ausência maltrata
Como o beijo com que despedes
Sem me dar prazer
Tua falta me preenche
Como a pólvora que me faz morrer,
Sem sentido
Eu persigo algo por que me notes
Na ânsia de ser teu um dia
Ou pelo menos um segundo...








quinta-feira, 10 de abril de 2014

O grande momento

O ócio – meu inimigo,
Insone me mantém
Com pensamentos tardios
Que já passam da hora
E que me fazem refém [...]
Do descaso
Do acaso
E até do pouco caso
Que insistes em fazer do meu sofrer;
O teu verbo soa intransitivo
Ante o meu penar
E o meu verso ora agonizante
Pouco rima sem o teu sorriso
Que recusas a me dar.
Doravante,
A p o e s i a
Há de salvar-me do tormento,
Mas no dia em que formos um só
E tão somente a partir desse momento...

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Tal fosse uma sinfonia
A tua voz reverbera em meu pensamento
A ponto de eu sequer ouvir o canto dos pássaros em minha janela
E a lembrança do teu rosto me marca
Como um ferro incandescente ao tocar a pele
E me causa d o r.
A memória que eu carrego
É deveras frágil e te necessita
A todo instante para que a renoves;
O toque da tua mão fere
E a minh’alma sangra
A cada despedida tua.
Por que não estás aqui comigo?
Por que não me deixas dormir?
Preciso de ti como os deuses precisam dos homens...
O vazio que me assola
Só encontra paz nos teus braços
O sentido que me falta
Só teu beijo abriga,
Eternamente repetir-lhe-ia o meu amor
Se preciso fosse
E o teu nome para sempre ecoaria em meus sonhos
Tal qual a sinfonia.


segunda-feira, 7 de abril de 2014

Sem direção

Na direção em que eu viajava
Parecia não haver luz
A direção que eu buscava
Parecia não haver ponto de chegada
Mas eu caminhava...
Sonhando encontrar o meu destino
No entanto,
Na contramão dos meus sonhos
Eu encontrei você
E desde então
Prefiro estar acordado
Mesmo sem saber a direção...

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Memórias

Com a angústia de uma memória cega
Só consigo enxergar o futuro
Ainda que com a visão turva
Da alegria incerta;
Busco a palavra certa
Que a musa quer ouvir
Se a descubro não revelo ao mundo
Só à minha poesia
Fonte dos mistérios e refúgio de minhas loucuras,
Como os adágios pobres de outrora
Que sustentavam a minha filosofia,
E hoje não passam de palavras ao vento
E de lembranças que eu não recordo mais...