sábado, 31 de março de 2012

Direito Reservado


Debruço-me em meus pensamentos,
Não tardo a me questionar,
Será que ainda tenho algum direito?
Sinto saudade, será que devo?
Pois bem, nunca me afeiçoei ao certo
O que seria de mim
Se não fossem as contradições?
Fatalmente o amor também não respeitará
A nenhuma regra...
Ou apenas uma – Que seja feita a sua vontade!
E a minha é uma só,
O meu desejo é o quinto mandamento:
Teus olhos em lugar de primavera,
Teu sorriso em face da solidão.
E ainda, mais um último desejo:
Que eu nunca deixe os meus amores,
Tampouco mude de inspiração.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Poucos Versos


Gostaria de dizer-te
O que sonhei,
Mostrar-te,
Como um paradoxo,
Que a nossa realidade
Está na minha imaginação.
Sem ser óbvio,
Convencer-te
Que eu tenho razão
Quando te faço uma poesia
Ainda que gostes, ou não
Vês o meu apreço
No incomum espaço
Dos meus poucos versos.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Descompasso



Tua beleza é uma hipérbole
Se comparada a qualquer elogio,
E o eufemismo das minhas palavras
É incapaz de descrever
A perfeição,
Que nenhuma obra de arte
Ou obra divina
Foi capaz de criar.
A metáfora dos meus versos
 Mostra-se inerme
Diante da aliteração
Que teu nome provoca
No meu pensamento...
O coração já não mais segue
Nem métrica nem rima,
Bate descompassado
No ritmo do teu.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Esconderijo


Tento relembrar as palavras
Que não foram ditas,
Sinto o gosto da boca
Que nunca foi minha,
Vivo num sonho real.
Amo a musa decadente,
O poeta embriagado
E seus versos errantes,
Amo o gosto amargo
Da melancolia,
Do passo em falso
Que é viver a vida.
Sigo as pedras
E o caminho,
Que não dão em caminho algum...
Como uma folha de outono
Que tão logo finda a primavera
Perde a sua força e o encanto
Permaneço inerte,
Escondido nos versos,
Perdido num sonho.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Doce mistério

Tua pele macia,
Flor de primavera
Que o poeta homenageou,
Guarda todos os segredos
Que não ousas revelar.
Teu sorriso,
Razão do meu,
Provoca-me de um jeito
Que não ousas imaginar.
Que doce mistério
Será esse que te cerca?
Quanto mais te escondes
Mais eu te procuro,
Quem sabe nos teus versos
Mora um pouco do teu querer,
Quem sabe nos teus braços
Encontra-se uma razão para viver.

O sentido e o poeta



O coração embalado por um réquiem
Chora as lembranças daquele tenro amor,
O som bucólico de outrora
Invocado pela troca de carinhos
Já não dá mais prazer.
A devastação da perda
Alimenta o poeta
E seus pequenos fracassos.
Morrer não doi,
No entanto perder um grande amor
[doi]
É morrer e continuar vivendo...
Aos que não veem sentido no amor,
Estão até o topo cobertos de razão,
Ainda que a vida demonstre:
O que não faz sentido
É pra ser sentido.
O amor dispensa  compreensão.