A primeira vez que te vi

Pela primeira vez na vida

Eu cogitei esquecer o mundo

E ser só teu

Se acaso fosse da vontade divina

Ou do destino disfarçado de Deus.

Minha insônia agora tem motivo

E pela primeira vez na vida

Dela fiz minha poesia

Mas desde que eu te vi

Eu senti que não era a primeira vez

Tampouco seria a última.

A distância geográfica maltrata

Mas a proximidade emocional

Acalanta a alma...

A distância entre dois pontos

Pode ser uma reta

Mas também pode ser uma flecha

E eu sou sempre o teu alvo.

A distância entre duas pessoas

Pode ser uma reta

E também pode ser a coisa certa

Mas eu realmente

Gosto das coisas erradas...

A distância entre nós dois

Não deveria existir

Mas já que ela persiste

Por que insistir?

Poema de uma sílaba

Sofrer só se for de ansiedade!

Fugir só se for pra te encontrar...

Meu poema sem rima

De um verso só;

És!

A estátua da minha liberdade

De um metro e sessenta e oito,

E mais!

A hora que não passa

Que não chega

Que não vem...

Um dia hei de descobrir

De quantas saudades

Se constrói o meu mundo.

Sobre a saudade e o pôr do sol

às vezes sentimos uma saudade desnecessária,
rezamos para que ela suma assim que o sol nascer,
mas esquecemos que o sol também se põe...
e convenhamos, não há nada mais saudoso que um pôr do sol.

Menina-mulher de sardas

menina-mulher de sardas
por trás desse teu rosto
escondem-se mil mistérios
dentro do teu beijo
mil impropérios
menina-mulher de olhos grandes
por trás desse teu rosto
escondem-se mil vontades
que a minha infinita vaidade
não é capaz de saciar
menina-mulher de sardas
por trás desse rosto, quem sabe
pela minha poesia
você goste de ficar.