sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Aqui jaz


E ali jazia...
Inerte, frio.
Cheiro de solidão,
Marcas do tempo que se fora,
Quantas lembranças ainda vivas,
Porém inúteis...
O destino é mesmo cruel
Com seus inimigos.
E ali jazia...
Impotente, inoportuno
Sem mais pulsar,
Sem mais se preocupar.
Sem mais sentir dor.
Ali jazia,
O coração de um sofredor.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O Fim


A morte se mostra mais convidativa
Do que tentar viver a vida
Sem os lábios teus,
As lágrimas são em vão
Diante do sangue
Que jorra do meu coração,
Sobrevivo de uma tristeza inútil
E busco uma esperança fútil,
Esperar o que?
Quando o futuro me diz
Que é o melhor é te esquecer
Coisas que a razão desconhece,
E só o que resta é a dor
A dor de te amar,
Além do amor.

Eu queria ser Vinícius


Com a inspiração do haver,
Poemas, sonetos e baladas
E sem nunca perder o tom
Falando sobre idílios e exegeses,
Fazendo samba, falando de amor
Com toda a antologia poética
Pela luz dos olhos teus
Me entrego ao amor total
E de te amar assim, muito e amiúde
Vivo a conjugação da ausente.
Ah, se todas fossem iguais a você...
Te busco sempre e tanto,
Para viver sob os teus auspícios,
E, de repente, não mais que de repente,
Eu queria ser Vinícius.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Regresso


Ao despertar da aurora
Sinto a brisa e o teu perfume,
Suplico tua presença aos deuses
Que não atendem as minhas preces,
Porém, o meu sonho é que regresses
Para me brindar com teu olhar,
O teu toque, flor de inocência,
Motivos de minha saudade...
No dia que voltares
Que sejam findos todos os pesares
Desejando a eternidade
Para viver ao lado teu.

Sonho meu


Tua saudade,
Sal de mar,
Invisível, gosto forte,
A amargar.
Tua lembrança,
Chuva intensa,
Incisiva, destrutiva,
Meu penar.
Teu querer,
Noite mansa,
Te vejo na escuridão,
Sonho meu.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Elegia


Vai caindo mais um dia
Ao som triste de uma elegia,
Mais um por do sol
E eu não ouço o canto dos pássaros.
A noite vem como um abraço apertado
Que eu desejo e não terei...
A lua ao longe me sorri,
Um sorriso com tom de poesia,
A melodia de um réquiem
Que me faz lembrar tua voz,
Que doce melancolia,
Que triste elegia.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Ode à deusa Nyx


Oh, ser tão belo,
És o ápice do meu panteão
És minha deusa da noite,
És o elo...
Entre o paraíso e a perdição
Poderia eu igualar-te
A uma noite de verão?

Céu de estrelas a brilhar,
Me embriago de amor
Toda noite a te esperar
E sem nunca amar em vão
Poderia eu igualar-te
A uma noite de verão?

Sorriso mais apaixonante que Afrodite
Sempre me perco nesses olhos teus
Superas toda e qualquer beleza.
Sem você sou tão triste,
Sem proteção de nenhum deus,
Onde estás, oh, minha deusa!?
Vem me chamar de teu!

Se o céu de Ícaro tem mais poesia
Que o de Galileu,
Queria tomá-lo emprestado
Pra dizer que é meu,
E te dá-lo por inteiro,
Mas já és a dona da noite
Da lua, das estrelas e do céu,
Oh, minha deusa Nyx,
Vem me chamar de teu!

Musa que rodeia o meu pensamento
Que me faz cair em tentação
Por ti destruo qualquer mandamento
E pra me parar, nem Deus!
Oh, deusa que venero...
Só quero que saibas que sou teu!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Teu seio


Teu seio, abrigo meu,
Lugar em que habito,
O consolo de minhas noites,
Alegria dos meus dias.
Teu seio, onde bate um coração
Que não sabe o que quer
Que busca reciprocidade
Com um coração qualquer.
Teu seio, anexo do paraíso,
Motivo do meu regozijo,
A alegria do querer,
Razão do meu sofrer.
Teu seio, amor meu.

Paraíso


Confuso por uma sinestesia poética,
Embriago-me em teus versos,
Bebo na fonte do teu amor,
Eterna fonte de inspiração.
Entregue totalmente a tua paixão
- Vivo por ti.
Um desejo incessante
É o que sinto ao lado teu,
Impossível abdicar dos teus carinhos,
Tua boca é o que eu preciso
Pra dizer as palavras de amor
Que eu quero ouvir!
Pra me beijar
Até eu esquecer que o mundo existe
E apenas aproveitar o paraíso
Que é onde eu me sinto estando contigo.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ma belle femme II


Figura intrigante,
Expoente de beleza e inspiração,
Tens o olhar apaixonante
E tua voz vai direto ao coração.

Adoro te ver sorrindo
E admirar tua ternura,
Diz que me quer!
Mesmo que fingindo...
Que serão teus todos os meus poemas
E a minha desventura...

Perto de ti me sinto acanhado,
Longe de ti me sinto sozinho
Queria que os deuses estivessem ao nosso lado,
Mas somos meros brinquedos do destino.

Passo os dias a contemplá-la
E ainda que não me ame,
Não consigo deixá-la,
És perfeição, és parte de mim.
Ma belle femme.

Idílio


Há tempos tive um sonho, uma epifania, eu descobrira o verdadeiro valor de uma amizade.
Embriaguei-me de amor, de poesia, de virtude e de vinho, por que não? Bebi doses e mais doses do teu companheirismo, da tua doçura, sempre querendo mais. Há quem diga – quando é demais estraga, no entanto eu estava a sonhar, eu podia tudo.
Escolhi querer mais. Mais doses de ti, mais doçura. Não me canso de dizer isto, como tu és doce! E os momentos difíceis? Ah, eu estava a sonhar, esqueçamos os momentos difíceis...
Sinto que ainda estou sonhando e sei que não quero acordar. Um certo Neruda já dizia que se nada pode nos salvar da morte que ao menos o amor nos salve da vida. Obrigado por me salvar da vida vivendo um sonho comigo, minha amiga.

Ela


A impossibilidade de mensurar um sentimento acaba por valorizar a subjetividade de cada momento singular. E em cada um desses momentos em que eu estou com ela é esforço em vão tentar concentrar qualquer atenção que não seja nos seus lindos olhos castanhos, na sua boca macia ou no seu toque que transforma o meu corpo num vulcão em atividade.
E quando estou sem ela, vivo a eterna conjugação da ausente, sou só saudades, em busca permanente por esse amor...
Tão fácil perceber o quanto me sinto bem quando estou ao lado dela, não há como esconder o brilho nos meus olhos tão evidente.
Sempre com a imagem dela em minha mente me dano a ser poeta e tento colocar no papel toda a força e a vivacidade que esse amor me traz.
E que melhores palavras para tentar explicar algo tão puro e verdadeiro do que as de um grande poeta?
Eu não sabia explicar nós dois, ela mais eu
porque eu e ela... Sei que o que tinha de ser se deu, porque era ela
porque era eu”.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Bom tempo



Às vezes eu sinto um grande perigo. O perigo de ser eu mesmo, vivo uma eterna desventura, numa linha de corda bamba, mais tênue do que a que separa o amor da desilusão. Se viver não é preciso como navegar, o mar no qual o “ser” navega é bem mais turbulento, e, por mais que a vontade muitas vezes seja de continuar a viagem, o melhor a se fazer é atracar e esperar pelo bom tempo.

Do jeito que eu queria


Me flagro pensando em ti,
Nas coisas que eu queria te dizer,
E disse!
Nas coisas que eu queria fazer,
Mas não pude!
Não consigo me perdoar
Por te amar demais
E não saber como demonstrar.
Meu coração só quer liberdade e autonomia,
Quer ser livre, viver na solidão
Uma solidão acompanhada
Junto ao teu coração.
E ele busca autonomia
Pra viver do seu jeito
Sempre ao teu lado
Do jeitinho que eu queria.

O amor é uma ode



Quão difícil é definir o amor,
Seria ele uma espécie de poema?
Com ou sem final feliz,
Ou então uma música
Onde eu possa pedir bis...
Se te escrevo um soneto
É pra mostrar o quanto te amo
Dos quartetos aos tercetos
É o teu nome que eu clamo!
Em minha poesia, são teus
Todos os meus versos,
E tudo que eu te peço
É que meus pensamentos sejam os teus,
Amo-te tanto que meu coração grita,
E um sentimento explode
De tanto venerar-te
Amo-te em verso, em prosa
E te exalto em uma Ode.

Para uma menina, uma flor (continuação)


Teu amor é um idílio
Que nenhuma exegese
Explicaria qualquer tese
Que não fosse um delírio
- Que não fosse te querer.
Te querendo por querer
Só assim eu sei viver
Por sofrimento e desejo
À espera do teu beijo
Que não posso controlar
Controlar o meu impulso
A freqüência do meu pulso
Que alimenta o coração,
A angústia do amanhã
Ao regar a tua flor,
Minha flor de Amsterdã.

Flor de Amsterdã



Que seja indiana ou holandesa,
Que seja tímida, discreta
Cheia de graça e beleza.
Uma flor de Amsterdã
Perfume da aurora
Que ilumina a minha manhã
Colorindo o horizonte rubro e amarelo
Enfeitiçando esse teu pobre amante singelo
Oh flor de Amsterdã,
Ilumina não só minhas manhãs...
Quero sentir tua fragrância
A cada sopro de ar
Ser preso em flagrante
Por apenas querer te amar.
Oh flor de Amsterdã,
Vem me iluminar.

Ma belle femme



Je te dévisage
tu ne me regardes pas
je parle avec toi
tu nem m’écoutes pas
je voudrais que nous soyons ensemble
mais c'est impossible
que tu es belle
mais ce n'est pas ma belle femme.

Dans mon rêve je t'embrasse
mais je me réveille, c'est un enfer!
Alors, je sais que tu ne m'aimes pas encore
je voudrais que nous soyons ensemble
mais c'est impossible
que tu es belle
mais ce n'est pas ma belle femme.

Je suis un petit jouet du destin
que vit pour t'adorer
le soir et le matin
je voudrais que nous soyons ensemble
mais c'est impossible
que tu es belle
mais ce n'est pas ma belle femme.

Moi sans toi


J'ai lu ton esprit
et elle me dit
que tu ne m'as pas oublié
mais tu es très loin...
Pourquoi?

J'suis fatigué de la souffrance
et je t'aime depuis le commencement
ne sois pas fou
tu es très loin...
Pourquoi?

T'adorer c'est ma raison
t'attendre c'est mon désespoir
par moments, je ne te comprends pas
tu es très loin...
Pourquoi?

Je ne survis pas sans toi
mais j'ai un espoir...
un jour tu vas retourner à moi
tu es très loin...
Pourquoi?

Autoconhecimento


Auto-exílio.
Fuga.
Razão e pecado.
Egocentrismo exacerbado.
Conhece-te a ti mesmo.
Só sei que de mim só eu sei.
Sou o fim do metafísico,
O advento do material,
Elemento empírico
de uma tragédia real.

Soneto de Separação III


Não necessito que te escusa
Pela distância que nos separa,
Mesmo que a decisão não seja clara
Tenho de aceitar a tua recusa.

Queria arrancar a máscara que usa
Falar de amor, entrar nessa seara.
O amor que um dia eu retratara
E que te fez minha eterna musa!

Tentar te esquecer é inexeqüível
E o coração só quer clemência,
Faço pouco caso até do meu sofrer...

Ainda penso em ter meu bem-querer,
No entanto, não mais será possível
Tento acostumar-me à tua ausência.

Infinito


Somos duas linhas paralelas
Que se cruzam no infinito,
E infinito é o tempo
Que a gente tem pra se encontrar,
Infinita é a distância
Que nos separa,
Infinito é o segundo
Que o mundo para
Só pra ver eu te beijar.
Infinito é o instante
Que nos une.
Infinito é o lugar
Onde eu quero estar ao teu lado,
Infinitamente apaixonado.

Equilíbrio distante



Tudo em ti é só encanto,
Só sei, a ti, me entregar
E, a despeito do meu pranto
Não vou deixar de te amar.
Tudo em ti eu admiro,
Um sentimento que só faz crescer
E, a despeito desse teu sorriso
Não posso mais te querer...
Mas só de pensar em te perder
Sinto uma perturbação, uma ânsia,
Pois a única coisa que eu não gosto em ti
É a tua distância.

Saudade


Hoje eu acordei com uma saudade,
Saudade de ti.
Saudade do que não vivemos,
Saudade dos momentos que tivemos.
Hoje eu acordei com uma vontade
Uma vontade de te ter,
Tê-la nos meus braços,
Sufocar com meus abraços
Seguir para sempre os teus passos.
Hoje eu acordei com um desejo,
Um desejo por teus beijos
Que não pode esperar,
Que se debate em angústia
Pela sede de te amar.