sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A felicidade é um espetáculo

A felicidade é um espetáculo
que não carece de plateia,
a felicidade é silenciosa
se tens uma alegria
então cala
pois quanto menor a plateia
menor a palma;

A felicidade é um espetáculo
que não carece de atenção
por si só ela se basta
se tens uma alegria
então cala
pois quanto menor a plateia
menor a vaia;

A felicidade é um espetáculo
que um dia acaba
e o que fica depois
é o espetáculo da saudade
e este, infelizmente
ninguém aplaude.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Eu nunca admiti
entregar-me à fraqueza
ainda que eu tivesse como sombra
a tristeza
que sempre me acompanhou
eu escolhia ser forte
porque a melancolia
nunca me agradou.
Eu nunca admiti
entregar-me à fraqueza
mesmo que a saudade
tentasse perturbar minha calma
e tirar minha tranquilidade
eu escolhia ser forte
mesmo que este escudo
não representasse a minha verdade.
Eu nunca admiti
entregar-me à fraqueza
e sustentava minha posição
tal qual fosse um vício,
eu nunca admiti
entregar-me à fraqueza
mas admito
há dias em que é quase impossível.



sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Bela

Teu rosto em autorretrato
prende-me
de um jeito
que eu chego a querer
a prisão eterna
em lugar da liberdade sem te ver,
tuas linhas mais que perfeitas
desenham o caminho
o qual o destino
é onde eu quero sempre estar,
o teu sorriso tímido
esconde a tua vontade
no entanto,
delata o teu charme
assim como tua beleza de menina
que eu não canso jamais de assistir
pois criatura mais bela
eu nunca vi.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Para um novíssimo amor

Eu percebi que o amor é coisa simples
quando eu olhei dentro dos teus olhos
e conheci a esperança;
Eu percebi que o amor é coisa simples
quando eu segurei tua mão, pela primeira vez
e não desejei jamais soltá-la;
Eu percebi que o amor é coisa simples
quando Tu, do amor nasceste
e Eu, de ti renasci...
para beber na tua fonte
toda a tua doçura
e para perceber que o amor é coisa simples
e que o destino dos amantes
é sempre amar
como se nunca houvessem amado antes.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O que do teu amor restou

O que do teu amor restou
em meu peito
a paz repousou,

o que do teu amor restou
em meu peito
a saudade morou,

o que do teu amor ainda existe
em meu peito
a paixão resiste

e a lembrança que ainda insiste
se traduz em tua falta
pois a saudade que eu sinto
equivale a um longo abraço
que sucede o beijo apaixonado

e que de tão forte
dispensa palavras.

À exceção do rejeitado

Se existe saudade sem dor
eu prefiro não conhecê-la
pois assim que me afeiçoei à falta
eu acabei perdendo o medo de tê-la;

Se existe paixão sem sofrimento
eu prefiro não senti-la
pois quando me acostumei com a ausência
descobri que a nossa viagem
também poderia ser só de ida;

Se me jurassem amor sem fim
eu preferia ser poupado
muito por saber que não há amor eterno,
à exceção do rejeitado.

sábado, 3 de outubro de 2015

Saudade - dor

Saudade...
É coisa que dói
e até faz chorar,

Mas e o tempo?

Dizem por aí que ele a tudo alivia
e até faz curar...

Mas enquanto esse bendito tempo
não chega
a saudade
parece que vai me
                           
                                                 matar.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Escárnio à sobriedade

A sobriedade é o estado de maior pobreza da alma
ai de mim se não fossem os goles, tragos e cheiros...
ai de vós que não bebeis,
que não fugis desta realidade infortuna,
que não sabeis o que é um bom gole de vinho
ou um trago amargo de um fumo qualquer...

A sobriedade é o estado de maior pobreza da alma
é um corpo sem vícios e sem paixões,
um homem sem vícios é um homem sem paixão!

Deus, livrai-me de uma vida sem paixão!
Ó, vida desgraçada,
suportar-te-ia sem um bom gole de aguardente?
Jamais!

A sobriedade é, todavia um estado de paz,
mas será que conhecemos algo mais monótono que a paz?

Tomai todas e bebei!
esquecei a ingrata sobriedade,
pois de vil e cruel já vos basta a realidade...
Tomai todos e bebei,
ó, infiéis,
e esquecei o céu
porque os bons bêbados vão mesmo é para o inferno!