segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Saudade - inércia

Inerte em solidão
e tendo a saudade como companhia
batizei-a com o teu nome
desde aquele fatídico dia.

No entanto,

Não posso mais chamar teu nome
não devo mais chorar tua ausência
não conto mais com o teu abraço
agora só conto as horas...
que não passam.

Não sei mais fazer planos
não consigo ser eu mesmo
não guardo mais as nossas fotos
agora só coleciono lembranças
que não se apagam.

Eu queria ser menos escravo da lembrança
e um pouco mais entusiasta da liberdade,
mas a minha liberdade atrelada à tua falta
só me permite sobreviver
ou então morrer de saudade.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Saudade - sufoco

Queria sufocar-me
mas com o teu abraço
e não perder o ar
ao recordar a tua ausência;

Queria prender-me aos teus pés
e não sentir-me paralisado
por não mais poder andar ao teu lado;

Queria segurar a tua mão,
olhar nos teus olhos
e como nos sonhos
dizer-te o que desejo;

E finalmente pedir ao tempo
sobre a saudade:
se não há como matá-la
pacientemente
antes que eu morra
eu possa sufocá-la.

Saudade - aguardo

No começo ela guardava tudo
o que ele lhe dava:
presentes poemas abraços e cartas...
mas por certo descuido
passou a não mais lembrar
dos planos carinhos desejos e datas...

O tempo para ela virou contagem regressiva
enquanto para ele o tempo não passava de mera medida,

E o tempo passou...

Hoje imersos em pura liberdade
ela apenas guarda
saudade
e ele

A-guarda...

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Ah, o teu sorriso!

Ah, o teu sorriso!
Pequena curva perigosa
Onde eu sempre derrapo
Mas nunca me perco,
Sorri timidamente
Como quem quer esconder o jogo
Só não consegues esconder tua beleza
Tão evidente aos olhos meus...
Ah, o teu sorriso!
Pequena curva sinuosa
E labirinto dos meus desejos,
Sorri graciosamente
E nunca houve algo mais belo de se ver...
Ah, o teu sorriso!
É fatalmente a mais perfeita forma
E se o fizera Deus
De certo que jogou a forma fora.